Fumos Hispânicos

Contam-se pelos dedos das mãos as referências que fiz aos nuestros hermanos nos meus posts. Raramente teci considerações, quer elogiosas, quer depreciativas, respeitando desse modo o sétimo mandamento do Fumos.
Porém, não posso deixar passar em claro a recente cruzada anti-tabagista que se instalou no país vizinho. Há até quem diga que essa evolução dos acontecimentos ditou o adiamento do lançamento da versão hispânica do Fumos. Isso, e o manifesto desinteresse dos espanhóis por humor manhoso.
Eu sei, eu sei, os portugueses também e contudo...
Mas divago.
Como é sabido, surgiram agora em Espanha leis que proíbem de fumar em determinados locais públicos e no local de trabalho. Acontece que, aparentemente, essas leis só se aplicam à generalidade da população, como indica esta notícia, pois Zapatero foi apanhado a fumar em reuniões no Palácio do Governo.
Apesar da denúncia ter partido do nacionalista catalão Artur Mas, foi o Partido Popular espanhol que se afiambrou desse facto para atacar o primeiro-ministro espanhol, explorando assim a sua dependência para obter ganhos políticos.
Graças a Deus, em Portugal é practicamente impossível que se venha a verificar uma situação semelhante. Não é que os Populares portugueses sejam de melhor índole, a verdade é que, tomando em consideração as acções governativas dos políticos portugueses, dificilmente se pode considerar o Palácio de São Bento um local de trabalho.

♫Afinal (ainda) havia outro♪

Um dos aspectos essenciais de um discurso de vitória prende-se com os agradecimentos a todos os intervenientes que possam ter contribuído para a mesma. Não, não estou a falar das prostitutas brasileiras em relação ao F.C. Porto. Longe de mim fazer a mínima alusão injuriosa a esses factos.
Refiro-me antes à queixa do PND (Partido Nova Democracia) de que Cavaco Silva demonstrou “ingratidão” ao omitir uma referência ao partido de Manuel Monteiro no seu discurso de vitória. Verdadeiramente intrigante.
Ó Sr. Professor Silva como é que foi possível, depois de ignorar o CDS/PP, esquecer-se assim do PND?
A sério, gostava mesmo de saber. Há séculos que ando a tentar o mesmo e dava-me um jeitaço se pudesse adiantar umas dicas.

“Por um Portugal maior. Ou mais largo, vá lá”

Perdoem-me por não ter postado nada ontem. Como é sabido, a minha produção de posts costuma reger-se por uma pontualidade digna de um relógio suiço. Ou, pela pontualidade duma barra de chocolate suiço. Nunca sei muito bem.
No entanto, desta vez a responsabilidade não cabe inteiramente à minha pessoa. A verdade é que desde que Portugal ficou maior, ir a qualquer lado que seja demora uma eternidade.

Pois é, não há nada como fazer piadolas foleiras para exorcizar os resultados das eleições presidenciais. Como devem imaginar, não fiquei particularmente satisfeito com a eleição de Cavaco para Presidente da República , mas sei a vida nem sempre é um mar de rosas. Se por um lado se podem desenvolver micoses na zona genital, também existem coisas negativas como este resultado eleitoral.
Atenção, longe de mim estar aqui a questionar a legitimidade de Cavaco. Estou consciente e concordo de forma cabal, que a partir de agora o Cavaco é o Presidente de todos os portugueses.
A minha dúvida reside muito mais em saber quais os trâmites necessários para obter a nacionalidade sueca.

Por detrás dos factos

O facto de ter estado afastado durante uns tempos, levou a que não fosse feito o acompanhamento adequado de alguns acontecimentos. De um modo geral a comunicação social e diversos analistas procuraram substituir-me nessa capacidade. Mas, fica sempre a saber a pouco, não é?
Houve, contudo, uma situação que escapou aos olhos dos comentadores. Apesar da culpa não ser deles, afinal os coitados são apenas humanos, torna-se imperativo rectificar esta falha clamorosa.
Analisemos então o acidente de ski de José Sócrates na Suiça.
Como é óbvio, não faltaram as comparações entre o sucedido e uma eventual instabilidade governativa - fraquinho.
Um pouco melhorzitas, foram as insinuações de que o acidente foi orquestrado com a intenção de servir de desculpa para uma menor participação na campanha de Mário Soares. Mesmo assim, morno, morno.
Outra perspectiva foi a de que se tratou de um tentativa de gerar simpatia, com vista a estimular o índice de popularidade do primeiro-ministro. Umm tiro ao lado.

Terei eu sido o único a reconhecer a verdadeira natureza do caso em questão?
A julgar pelo grau de inteligência requerido para chegar a esta conclusão, parece que sim.
A verdade é que o incidente na Suiça serviu, manifestamente, para calar em definitivo os rumores, insinuosos e torpes, sobre a orientação sexual do governante. É que ao aparecer assim, com uma canadiana de cada lado, Sócrates mete facilmente o Zezé Camarinha a um canto.

PS: Gostava de clarificar que ao considerar como infâmias os ditos rumores, não estou a fazer um juízo de valor sobre diferentes orientações sexuais. Insurjo-me é contra a tentativa vergonhosa de comprometer a imagem de Sócrates perante uma faixa retrógrada e tacanha da sociedade. E olhem que não digo isto para tentar ser politicamente cú-recto.

A Chaves do Sucesso

No post anterior fiz algumas considerações pouco abonatórias sobre os filmes portugueses que poderão, eventualmente, ser vistas como críticas injustas. Também podem ser vistas como juras de amor, mas só mesmo depois do terceiro copo de vodka.
É, pois, justo que alguns leitores aficcionados da produção nacional questionem quais as minhas qualificações para tecer críticas cinematográficas.
Confesso que, realmente, os meus conhecimentos em domínios como a sonoplastia, a fotografia ou a estrutura narrativa, são tão parcos que me impedem de fazer uma análise profunda do cinema.
Como nos filmes portugueses não corro o risco de deparar com quaisquer destes aspectos, estou à vontade para achincalhar.
Analisemos, portanto, aquele que é já o filme português mais visto de sempre: “O Crime do Padre Amaro”.
Dir-se-ia que os cerca de 364 mil espectadores atestariam à qualidade da película em questão. Infelizmente, receio que o sucesso comercial não se deva às qualidades intrínsecas do filme.
Sim, já devem ter adivinhado, a minha opinião é que os méritos residem todos no facto de o filme estar baseado na obra homónima de Eça de Queirós, garantindo dessa forma, a presença da horda de queirosianos nas salas de cinema. Uma jogada suja que denuncia o oportunismo e comportamento imoral dos produtores.
Felizmente, o realizador Carlos Coelho da Silva, conseguiu manter alguma da sua integridade artística ao ter convencido a SIC a incluir cenas de sexo explícito com o corpo desnudado de Soraia Chaves. Um gesto que convenhamos é no mínimo arriscado, considerando o contexto profundamente intelectual do país.

É por esta altura que o leitor está a pensar: “Mas que magnífico exemplo da utilização de Sarcasmo num contexto humorístico, sim senhora!”. Ao que eu agradeço a amabilidade.
Relativamente ao filme em questão, a verdade é que o considero paradigmático da exploração da mulher para fins lucrativos, sob o pretexto hipócrita de que se trata de arte.
Não pensem, contudo, que sou adverso à exploração das mulheres. Antes pelo contrário sou até um convicto adepto da exploração de cada um dos centímetros da Soraia Chaves.


PS: Como é óbvio, na parte final do post recorri à figura da Soraia Chaves apenas para garantir o grau de comicidade adequado. Na realidade, apesar de não a achar feia de todo, estou longe de ser um desses rebarbados fascinados com a modelo. Não, eu nem sequer cheguei a comprar a edição da revista GQ em que ela pousava algo desprovida de roupa.
Nem mesmo para consultar o artigo sobre a presença das selecções africanas no Mundial 2006 na página 50, mesmo ao lado do anúncio do Lisboa-Dakar.

Sessão de esclarecimento

Quem está familiarizado com a blogoesfera sabe que é possível identificar os acessos feitos através dos motores de busca recorrendo ao Sitemeter.
É desse modo que tenho conhecimento das pessoas que vêm ao Fumos enganadas pelos resultados das buscas efectuadas.
Como, e ao contrário das outras, essas pessoas têm uma boa desculpa, sinto-me na obrigação de procurar esclarecer as suas dúvidas.
Seguem-se a minhas humildes tentativas de explanação:

Cenas maradas – estimado/a cinéfilo/a, lamento informá-lo que este blogue se cinge a assuntos relevantes, como o abuso de drogas e afins. Não estou minimamente interessado em perder o meu tempo com o cinema português.

“Sexo com galinhas” – como é óbvio, você tem estado ligeiramente desatento à comunicação social. Recomendo-lhe que nos próximos tempos se abstenha de actividades lúdicas com galináceos, recorrendo, porventura, a outros animais de quinta.
Relembro-lhe também que o uso das aspas não é aprovado pela Santíssima Igreja.

Fumos árabes – peço desculpa por ainda não ter implementado a versão árabe do Fumos, mas é que tenho andado distraído com outros fumos de origem africana.

Matulões nus – lá estás tu outra vez, Hipatia, sempre na senda da rambóia e do regabofe. Não tens emenda.

Sexo anal – pois é, quem não tem cão caça com gato. Contudo, recomendo-lhe algum cuidado, não vá você estar a enfiar-se num buraco.

Castidade – Tendo à sua disposição um instrumento com tanto potencial na investigação e procura do conhecimento, é essa a única coisa em que consegue pensar?
São pessoas como você que são responsáveis pelo declínio da Taxa de Natalidade.
Até aposto que a sua busca seguinte foi “Amor sincero”, não é? Pare de pensar nessas coisas porcas e cure-se.

Sempre às vossas ordens.

Tic, Tac, Tic, Tac...

Processo Casa Pia está preso a ‘bomba relógio’

O mais provável é que rebente quando o ponteiro grande estiver por cima do ponteiro pequeno.

"Levanta-te e cambaleia"

Apesar de não ter recebido nenhum convite para participar na elaboração de uma fogueira como combustível, estou consciente de que posso ter ferido algumas susceptibilidades com o meu último post.
Em minha defesa apenas posso afirmar a profunda convicção de que nas lides humorísticas não devem existir temas tabus. Afinal são tantas as agruras da vida que é de aproveitar qualquer oportunidade para suscitar um sorriso que aligeire os dias cinzentos.
Contudo, não me considero um fundamentalista do humor. O que pode, aliás, ser comprovado pelo facto dos meus posts raramente terem piada. Característica essa que, de qualquer forma, considero ser sobrevalorizada nos textos humorísticos.
Não obstante, talvez seja importante reforçar o pendor religioso do Fumos falando dos mais recente estudo dedicado às escrituras sagradas.
Como indica esta notícia do jornal inglês The Guardian, foi agora publicado um estudo, segundo qual, Jesus Cristo e os seus discípulos terão consumido cannabis
Mais, o estudo referencia ainda que os óleos para unções usados por Jesus para as curas miraculosas, continham um extracto de cannabis.
Com base nisto já não restam dúvidas, que não só sou um cristão devoto, como tenho mais uma prova, além da castidade, a atestar a minha tendência para o sacerdócio.
Afinal, não é à toa que há diversos anos que ando a espalhar mensagens de paz, tais como: “Mais vale GanZados que ZanGados”.

Estão mal óbituados, é o que é!

O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon foi atingido por uma hemorragia cerebral.
Como pessoa séria e ponderada não estou interessado em contestar as opiniões que, baseadas na recente retirada da Faixa de Gaza, classificam Sharon como um homem de paz. Muito menos relembrando que foi a sua provocativa visita ao Pátio das Mesquitas que esteve na origem da 2ª Intifada e nem sequer me passaria pela cabeça fazer uma analogia com um bombeiro que após atear um fogo com duas dúzias de bidons de gasolina voluntariosamente o tenta apagar com meio copo de água.
Não, não contem comigo para vilipêndios dessa natureza.
O que eu gostaria de salientar é o facto de duas televisões árabes, a libanesa Future Television e a pan-árabe Al-Arabiya, terem anunciado prematuramente a morte de Sharon.
Apesar de ter a certeza que o fizeram com a melhor das intenções, torna-se inevitável a associação ao sucedido por ocasião da morte de Yasser Arafat. Refiro-me claro à sua 4ª morte, visto que as anteriores foram ligeiramente exageradas do ponto de vista técnico.
Será esta uma das características intrínsecas da comunicação social da região do Médio Oriente?
Se sim, começo a questionar-me se a ressurreição de Jesus Cristo se tratou efectivamente de um milagre ou apenas mais um exemplo do mau jornalismo regional.

Prestação Suave

Vítor Constâncio anunciou que o crescimento do produto interno bruto deve ficar-se pelos 0,8%. Com este índice a cifrar-se mais uma vez abaixo do ponto percentual, não será já caso para começarmos a falar antes do produto interno meigo?

Estado vegetal

Hoje gostaria de chamar a vossa atenção para um acontecimento inusitado…esperem, se calhar é melhor clarificar que o “hoje” se refere ao dia 05 de Janeiro de 2006, não vá o leitor estar a ler isto noutra data e sendo assim, existir a distinta possibilidade de eu nessa altura não estar minimamente interessado em chamar qualquer tipo de atenção. Ficam avisados.
Mas prossigamos. O acontecimento a que me refiro relaciona-se com uma sondagem efectuada a ouvintes dum programa de rádio da BBC para descobrir qual o homem mais poderoso do Reino Unido.
Qual não foi a minha surpresa ao constatar que, de acordo com esta notícia, o mais votado foi José Manuel Barroso, the artist formerly known as Durão.
Se eu já sabia que os ingleses eram dados ao consumo de álcool e drogas em quantidades indutoras de estados de coma, agora fiquei a saber que isso também pode ter efeitos adversos. Enfim, azares da vida.
Pronto, confesso que nesta última parte eu estava na palhaçada. Peço desculpas e prosseguirei com a análise séria e profunda a que vos acostumei.
No fundo estes votos no presidente da Comissão Europeia representam uma crítica mordaz à influência excessiva da União Europeia nos destinos do Reino Unido. Tal como o facto de Tony Blair ter sido relegado para 7º lugar da lista traduz uma leitura negativa face à sua incapacidade de manter intocável o “cheque britânico” aquando da formulação do orçamento europeu.
É também inegável que o resultado de Barroso reflecte uma profunda inveja do povo português por ter conseguido um feito notável. Numa só assentada livrou-se de um político incompetente e revolucionou a investigação na genética alimentar ao criar um novo tipo de vegetal, o Nabo de Bruxelas.

Ir para fora cá dentro

Uma das características mais pertinentes da crise económica portuguesa é a falta de dinheiro.
Bom, esta não é propriamente uma afirmação brilhante. Diria até que é mais tipo uma imitação razoável da arte das afirmações inconsequentes por parte de candidatos presidenciais.
Vendo bem as coisas, ou seja julgando pelos lucros das instituições bancárias e diversas manifestações de riqueza, se calhar nem sequer isso chega a ser. Talvez a coisa saísse melhor se eu estivesse em plena campanha eleitoral.
O que eu realmente queria destacar era um dos fenómenos resultantes da crise: a fuga de cérebros para o estrangeiro. Este êxodo do potencial humano, quer criativo, quer técnico tem óbvias consequências para o desenvolvimento nacional. Tão óbvias que provalvelmente só mesmo um experiente candidato presidencial se encontre devidamente qualificado para as enumerar.
Posto isso, limitar-me-ei apenas a fazer uma referência ao drama humano que as estatísticas escondem, nomeadamente o sofrimento impotente das mães que assistem à fuga do cérebro do filhos para o estrangeiro. Mesmo que devidamente acompanhado do restante corpo.
Para todas elas deixo aqui uma palavra de consolo e de esperança num futuro melhor. Em particular para as Mães de Bragança que tanto sofrem por já verem um elemento anatómico do marido a fugir para a estrangeira.