Ele há coincidências do camandro. Mas já lá vamos.
Antes gostaria de mencionar a notícia do Público com o seguinte título: “CDS pede esclarecimentos ao Governo sobre a retirada de crucifixos das escolas”. Ciente da importância deste assunto, posso desde já adiantar que de acordo com as minhas fontes se tratou de uma operação simples envolvendo apenas dois funcionários, uma chave de fendas Merkur e um qualquer pequeno escadote, e que com a excepção de um ligeiro desequilíbrio por ocasião do terceiro degrau e alguma ferrugem num dos parafusos não se registaram dificuldades de monta.
Pronto, pronto, esta parte era a brincar.
Na realidade, o que CDS quer é garantir que com este cumprimento da lei “ninguém está a promover uma guerra religiosa, nefasta e completamente desajustada aos sentimentos dos portugueses e às necessidades do país”.
Pronto, esta parte também era a brincar, mas desta vez a responsabilidade é do CDS/PP.
Pois é que chatice, surpresa das surpresas, vivemos num Estado Laico cuja lei e Constituição definem que não se podem exibir símbolos religiosos nas instituições públicas.
Esperemos sinceramente que esse partido político não padeça de tais dificuldades intestinais noutras situações em que se tente fazer cumprir a legislação em vigor.
Por coincidência (sim, sim, agora é que vem a ligação com o começo do post), e por cima da notícia anterior vem outra referente ao despacho da Ministra da Educação que determina a obrigatoriedade da Educação Sexual nas escolas. Outra matéria a que o CDS/PP é sensível por considerar que essa é uma função da família, evitando-se desse modo que alguns jovens possam ter uma vida sexual saudável. Ou pior ainda que desenvolvam alguma tolerância, cruz credo!
No fundo resume-se tudo a uma questão de localização, de saber o que é que fica em casa e o que vai para a escola. Infelizmente para os Populares hoje trocaram-lhes as voltas. Realmente há dias em que um partido político não devia sair de casa, mas ainda não foi desta que tivemos essa sorte.