quinta-feira, novembro 24, 2005

♪♫ é o marketing, é o marketing ♫ vou te enganar, político não sou ♫♪

Tenho recebido centenas de e-mails de leitores ansiosos por saber a minha opinião sobre o cartaz de Cavaco Silva. Pronto, vá lá, não foram assim tantos…ok, ok, não recebi nenhum, mas estava com dificuldades em decidir sobre o modo de iniciar este post.

Relativamente ao cartaz confesso ter uma opinião algo ambígua. Concordo inteiramente com a opção de não incluir uma fotografia de Cavaco no cartaz, tanto por razões de senso comum como por razões científicas. A primeiras assentam no facto comummente aceite que o eleitorado não reage bem a agressões, mesmo que visuais, e as segundas com base nos resultados da experiência encomendada pelos responsáveis de marketing da campanha. Essa experiência consistia em analisar as reacções de um grupo de 20 crianças quando expostas à imagem do ex-primeiro-ministro, revelou que 19 delas registaram distúrbios acentuados do padrão de actividade neurológica, seguida de um choro compulsivo, enquanto que a outra criança manifestou felicidade extrema e proferiu a palavra “mamã”. Este último caso deixou os cientistas perplexos sem saberem como é que Marques Mendes se havia infiltrado no grupo de estudo.

Por outro lado, considero a escolha do slogan “Portugal precisa de si” um erro crasso. Não tanto pela colagem óbvia a um famoso discurso de John F. Kennedy, mas sim pela própria mensagem transmitida. O facto do país precisar da minha pessoa é revelador de que a situação actual é verdadeiramente catastrófica. É sinal de que não só estamos em maus lençóis como também o próprio colchão é de qualidade bera.