Divina Comédia
Caminhava eu hoje pela rua, incauto mas determinado , quando me vi confrontado com aquela que é talvez a situação mais temida nos inseguros meios urbanos. Pois é, como já devem ter adivinhado fui abordado por uma ginasta sueca ninfomaníaca que acabara de cumprir 3 anos de prisão por exibicionismo e múltiplos acto sexuais na via pública...naaaa, estou a reinar convosco, isso foi o que aconteceu ontem, hoje fui abordado foi por uma Testemunha de Jeová.
É claro que esta não é uma situação merecedora de destaque, pelo menos não mais que uma praga de gafanhotos na fase do cio, mas o que motivou este post foi a abordagem em causa:
Fixando os olhos na presa incauta (eu) o predador implacável (a Testemunha de Jeová) lançou-se numa perseguição desenfreada (pequenos passos estugados) pronto a cravar as garras (livrinhos com ilustrações idílicas) no lombo exposto (a minha paciência limitada) emitindo um rugido ensurdecedor (“Jovem, posso deixar-lhe uma mensagem?”) mas numa ágil manobra (“Desculpe, mas agora não tenho tempo”) a presa conseguiu escapar (caminhar pela rua) da morte certa (perda de minutos preciosos).
Sim, eu sei, até aqui nada de novo, têm toda a razão, o problema é que mais tarde apercebi-me da oportunidade de ouro que havia deixado escapar. Quem me dera poder voltar para trás no tempo e ter respondido: “Claro que pode deixar uma mensagem, mas só após o sinal divino”.
Enfim, mais um magnífico momento de Walking-around Comedy que se perdeu para sempre.
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