terça-feira, maio 16, 2006

O Fascinante Mundo dos PN V

Chegou o momento pelo qual todos vocês ansiavam. É verdade, vou finalmente enveredar por uma escrita inteligente com elevado teor humorístico.
Repararam neste início auspicioso? Tendo em conta as minhas capacidades trata-se de uma proposta hilariante. Pelo menos para aqueles com alguma noção de ridículo.
Outra proposta anedótica é a abordagem dos rituais de acasalamento PNianos. Parecendo que não, viver encafuado numa cave escura, repudiado pelas mulheres em geral e pela humanidade em particular, proporciona poucas oportunidades de interacção sexual.
Mas elaboremos.
É bastante comum no mundo animal que sejam os machos a exibir características físicas exuberantes de forma a captar a atenção das fêmeas, como por exemplo no caso das aves em que os espécimes masculinos possuem plumagens ricas de cores garridas.
Ora, no caso de um PN, a cor pálida e a plumagem remediada e atolada em empréstimos bancários levou a que este procurasse desenvolver outras armas de sedução.
Consciente do papel crucial que a dança tem nos rituais de sedução de diversas culturas, o PN resolveu apostar nessa vertente para levar os seus instintos reprodutivos a bom porto.
Com esse fim em vista o PN desenvolveu uma elaborada coreografia, descrita pelos entendidos na matéria como um misto de estertor final de um canguru e um ataque epiléptico de último grau, se bem que menos coordenada, e procedeu à sua aplicação práctica nas suas incursões nocturnas.
Apesar de se caracterizar por uma elevada visibilidade, é a par da Muralha da China uma das poucas intervenções humanas visíveis do espaço, peca pelo defeito de já ter enviado várias parceiras de dança para os cuidados intensivos. Razão pela qual o PN teve que se concentrar noutros aspectos que apelassem às fêmeas da espécie.
Após uma procura exaustiva, o PN descobriu que o sentido de humor era uma das características mais enunciadas nas preferências femininas, pelo que se dedicou, incessantemente, à elaboração de piadas e ao aperfeiçoamento de um discurso humorístico na esperança de atrair fêmeas incautas, mas determinadas.
Tendo para esse fim desenvolvido diversas técnicas humorísticas, que a certa altura chegaram a incluir uma parelha de búfalos selvagens e um banjo, cedo se apercebeu que estas não surtiam o efeito desejado, acabando por constatar que a sua ideia de sentido de humor era demasiado restrita.
Na realidade o problema é que o PN, agarrado a modelos ultrapassados, não se apercebeu que a superioridade intelectual das mulheres lhes permitiu alargar a definição de sentido de humor para a incluir a massa muscular, dimensão da conta bancária e modelo do carro.
Será esta inadaptabilidade ao seu habitat natural que ditará a extinção dos PN?
Não perca a resposta a esta dúvida no próximo episódio, onde também iremos descobrir se Adilneu troca Marineide por Cleúsa, apesar de esta ser na realidade o seu tio-avô que desapareceu há 15 anos durante um piquenique nas profundezas da selva amazónica.