É de pequenino que se aposta o pepino
Como é óbvio não podia deixar passar a inauguração do Casino de Lisboa sem tecer algumas considerações sobre o acontecimento. Mas atenção. Não pensem com base nisto que tenho alguma coisa contra antros onde se exploram tragédias alheias para fins lucrativos. Eu até gosto da redacção da TVI.
O que me intrigou foi a desfaçatez do director da sala de jogos do novo casino, Carlos Costa, ao anunciar os seus planos de aliciar as camadas mais jovens, como atesta a seguinte declaração de sua autoria: “Queremos democratizar o jogo, torná-lo banal”
Ora bem, uma coisa é termos os traficantes de droga a disfarçar os seus produtos como doces para angariar novos clientes, outra bem mais censurável é utilizar a democracia para corromper a sociedade. Isso até levanta questões sindicais, visto ser essa a função dos partidos políticos. Não queremos que os nossos políticos fiquem sem nada para fazer…quer dizer com alguma coisa para fazer, pois não?
A táctica de baixar a aposta mínima para um 1 cêntimo, não é má de todo, pois continua a destruir a vida das pessoas, mas em prestações mais suaves. Agora já só falta criar incentivos para as grávidas jogarem e o futuro está garantido.
Contudo, há que saudar um dos envolvidos nesta iniciativa pela sua coerência. Depois de se dedicar à criação de buracos no tecido urbano lisboeta, faz todo o sentido que Santana Lopes se dedicasse igualmente a abrir buracos no tecido social da cidade.
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