quarta-feira, outubro 12, 2005

Novelas

s. f., composição literária do género romance;
narração de aventuras;
fig., ficção;
enredo;
logro;
mentira.


Parece que o país foi adquirido pela Globo!
E já que falo nisto, convém dizer que ando ligeiramente enfadado com esta novelita das autárquicas e com o "O PSD ganha em toda a linha".
Apetece-me dizer: Caros, em primeiro lugar, Oeiras faz parte da linha; e em segundo, o único partido/coligação que aumentou o número de munícipes foi a CDU. Tásse?
Mas continuando.
Liguei a televisão para ver as notícias e imediatamente lembrei-me das grandes novelas nacionais e os diversos "remakes" que ainda estão para passar nos 3 canais nacionais. Pensei: tivemos a pedofilia, depois o apito dourado, o euro2004, Os incêndios, o Santana&oSampaio, será que o Sócrates é gay?, Portas e Lúcia, o défice (parte XII) e o ministro das finanças (parte XXVIII), o Benfica, incêndios, chamas, o calor... o horror... o drama..., os Morangos c/ Açúcar, já disse incêndios?, presidenciais e finalmente Felgueiras Valentim & Ca. E agora, será que a escrava Isaura vai chegar a princesa (eu sinceramente assim desejo que aconteça pela salutar difusão dos nobres princípios de esquerda)? Não!!! Primeiro temos que resolver o caso Joana.
Sejamos sérios. Algumas Actrizes, actores, paisagens ou animais são a principal razão dos tais 225 segundos (ou 5 minutos se contarmos com a RTP Memória) de norma de tempo médio diário per capita de novelas nacionais e grande parte das estrangeiras.
Mas sabem o que aconteceu? Participei numa.
Ontem por voltas das 23h, corria para o autocarro quando vejo na paragem 3 raparigas a falarem com outras 6 no outro lado da rua. Pelo aspecto dos corpos e das roupas não deu para evitar um mudo "eh lá, esta novela tem aspecto de ser dispendiosa". Chego uns claros 3.57s antes do 26 e ainda tenho tempo para ouvir: "Qué ir d'ôníbus?". Risos. "Isso é pá pobre, né?". Ainda bem que quando me apercebi já o modulo estava obliterado.
Que espectáculo delirante. Que cena digna do horário nobre. O pobre (desempenhado por mim) corre para o autocarro sem se dar conta da presença de Isaura, escrava da sociedade moderna que um dia será princesa.

(continua)

(infelizmente)


NG