Post para lá de Bagdad

Determinados assuntos são de uma tal natureza escatológica que reservamos a sua abordagem para as ocasiões e interlocutores extremamente específicos, é o caso da obstrução de sanita com o canalizador ou de uma eventual panóplia de micoses com o dermatologista. Em alternativa, outros possíveis receptores destas preocupações podem ser as pessoas com as quais temos uma tal relação de proximidade e de confiança que permita tal exposição pessoal. É nesta segunda categoria que eu vos incluo, caros e assíduos leitores.
E é com base nessa confiança que neste post abordo um assunto quase hemorroidal, um artigo de opinião de Luís Delgado.
Hoje, esse ilustre mestre da demagogia e clone do al-Sahaf, Ministro de Desinformação de Saddam Hussein, resolveu debruçar-se sobre o caso da americana em estado vegetativo, Terri Schiavo, a quem desligaram as máquinas de suporte de vida. Segue um excerto do artigo: “Isto não é um caso médico, legal, religioso ou de misericórdia, mas de direito sagrado pela vida, pelo simples facto de que ninguém está em condições de afirmar, ou reconhecer, ou certificar, que Terri não está a sofrer com esta morte lenta e odiosa. E nessa dúvida, opta-se, sempre, pela vida, custe o que custar.”
Como deve ter ficado evidente não tenho grande opinião sobre os seus artigos de opinião, no entanto há que destacar a coerência do tipo. Trata-se sem margem para dúvida da mesma posição que tomou por ocasião da morte política de Santana Lopes.

PN