terça-feira, abril 05, 2005

Vanguarda política

O líder da distrital de Lisboa do CDS/PP, António Carlos Monteiro, subscreveu ontem a moção Afirmar Portugal, uma lufada de ar fresco apenas comparável com a moção Soletrar Portugal.
Nela podemos ler: “Não deixaremos de defender o modelo da família tradicional. Mas não podemos ficar por aqui, fechando os olhos às novas realidades de uma sociedade que também é diferente do que era há dez ou vinte anos atrás”.
Desenganem-se os que entre vós (seus comunas libertinos!!) que vislumbram aqui uma abertura de mentalidade relativamente às uniões de facto e à adopção de crianças por casais homossexuais. Trata-se apenas de um ajustamento do CDS/PP a essa realidade tão recente das famílias mono-parentais, quer estas tenham origem no divórcio (cruz credo) ou compostas por mães solteiras (não se ponham para aí a pensar no aborto, seus hereges!! ).
Mas as novidades não se ficam por aqui, a moção propõem igualmente “uma nova agenda política virada para o século XXI”, reconhecendo a necessidade de discussão de temas tão inovadores como o ambiente e direitos do consumidor. Revelando deste modo, o ritmo alucinante de adaptação à realidade por parte dos populares, diminuindo o processo de “abrir os olhos” para apenas uma a duas décadas.
Isto promete repercussões nos mais diversos quadrantes da sociedade , no entanto destacamos aqui a preocupação dos historiadores com a necessidade de actualização dos volumes dedicados à Pré-História. (1)

PN

(1) Nota do autor: Obviamente esta localização temporal das políticas do CDS, peca pelo exagero com vista a atingir um determinado grau humorístico. Em nome da justiça e verdade histórica, situo-as muito mais no século XII.