Correndo o risco de ir contra a linha editorial aqui do tasco (convenhamos que já foi outrora uma linha mais recta, mas enfim fazemos pela vida), tenho infelizmente que concordar com a administração Bush.
É agora que os nossos leitores, profundos admiradores da nossa ética e dos nossos princípios, se questionarão relativamente à queda do último bastião de decência do mundo ocidental.
Deixem que acalme os vossos espíritos inquietos. O assunto que trago à vossa atenção é a Coreia do Norte. Mais especificamente a nova polémica sobre o comprimento capilar.
Aparentemente o líder coreano Pyongyang, estabeleceu uma perseguição aos cabeludos, através do programa televisivo “Senso Comum” (considerámos colocar aqui o nome original do programa no coreano nativo, mas deu-nos subitamente uma vontade de comida chinesa e a intenção ficou por aí). O conteúdo do engenhoso programa resume-se à humilhação dos ditos cabeludos, com a respectiva revelação dos seus nomes e moradas e presume-se os seus hábitos perversos característicos dos dotados de tais proeminências capilares.
Um dos argumentos usados é: “Uma aparência arrumada é importante para repelir as manobras dos nossos inimigos, que querem infiltrar ideias capitalistas corruptas”, aliado ainda à teoria que o cabelo longo acarreta efeitos prejudiciais para a actividade cerebral.
É aqui que chegamos à surpreendente concordância com a administração Bush. Torna-se óbvio que a denominação da Coreia do Norte com um dos “postos avançados da tirania” a.k.a. ex-eixo do mal é mais que justificada.
Um episódio como este vêm colocar em perspectiva toda a política externa americana. Quais interesses geo-estratégicos, qual controlo das matérias primas, no fundo trata-se do direito inalienável de ter uma trunfa.
PS – Deixamos aqui o apelo aos grupos de feministas por esse mundo fora para que se debrucem seriamente sobre este assunto. Será que o Pyongyang realmente limita esta teoria do antagonismo cabelo comprido/inteligência aos membros masculinos da sociedade?
Irmãs, estai atentas!!
PN