segunda-feira, outubro 31, 2005

O fiscal das finanças é um excelente fiscal e a Dona Alzira tira um excelente cafézinho

Uma ideia que sempre se tentou associar aos milionários americanos era a de que teriam subido a pulso na vida, que nada lhes havia caído do céu e que foi com base em muito trabalho e espírito de iniciativa que construíram os seus impérios. Daí a imagem do jovem que começava a engraxar sapatos ou a distribuir jornais e que depois de acumular dinheiro montava o seu primeiro negócio a vender um qualquer produto engenhoso. O sonho americano em acção.
Já em Portugal a situação parece inverter-se, pelo menos a julgar pela entrevista a Belmiro de Azevedo onde este afirmou:

“Cavaco vai ganhar e vai ser um excelente Presidente para trabalhar com um excelente primeiro-ministro”

Por estes lados parece que depois de se chegar a milionário é que se começa a dar graxa.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Publicidade Arbitrária

Ao que parece a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol já arranjou solução para as dificuldades financeiras que atravessa desde o aparecimento do caso Apito Dourado. Para colmatar o desaparecimento dessa fonte de receitas ficou estabelecido que os árbitros portugueses passariam a ostentar publicidade nos seus uniformes, mais especificamente nas mangas dos uniformes.
Apesar de agora em diante a escolha da localização da publicidade lhes impedir a defesa da transparência da arbitragem recorrendo à expressão “nada nas mangas”, este contrato publicitário permitirá um encaixe de 200 mil euros nos seus bolsos.
Por enquanto o contrato actual restringe-se à imobiliária Era, mas já se adivinham inúmeras possibilidades futuras nas mensagens publicitárias dos uniformes, tais como:

- “Com Multi-ópticas até eu tinha visto aquele penalty”

- “Banco Espírito Santo, o banco lhe passa cartão”

- "Com a Agência de Viagens Abreu, vá ao Brasil como eu”

Não faltam contudo vozes de oposição a esta iniciativa, vozes essas que exprimem preocupação relativamente à possibilidade de se estar a colocar em causa a seriedade e a dignidade dos árbitros. Eu pessoalmente considero esses receios completamente infundados.
Com base na maturidade e experiência dos adeptos de futebol e dos verdadeiros apreciadores desta modalidade, não os vejo a confundir as questões e duvido seriamente que algum deles pense que os árbitros tenham qualquer dignidade para ser posta em causa.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Controlo de Qualidade

Os leitores mais atentos já se devem ter apercebido que o Fumos passou a funcionar a duas mãos e na eventualidade de alguma comichão incomodativa até a uma só mão. Cabe-me agora a tarefa de remar este estaminé para a frente ou, o mais provável, para o fundo.
Chegou então a altura de estabelecer metas e assumir compromissos para o futuro.
A nível de objectivos a atingir a coisa resume-se a: paz mundial, distribuição igualitária da riqueza e recursos naturais, oportunidades iguais para todos e o regresso das pastilhas SuperGorila. Eu sei, eu sei, esta última é ambiciosa e peca por falta de exequibilidade, mas também tenho direito a sonhar, não tenho?
Já no que respeita a compromissos apenas posso prometer a continuação da procura incessante da excelência, tentando evitar a todo o custo a piada fácil. Mesmo que, como sabem, isso implique evitar a piada por completo.

PN

terça-feira, outubro 25, 2005

Mente Desperta

É óbvio que alguém com clarividência suficiente para escrever um post como este não anda certamente a dormir em serviço. Check it!

PN

Monopólio dos disparates

Nunca fui grande apreciador do jogo Monopólio. Talvez por considerar que não seja propriamente indicado ensinar às crianças de tenra idade como lidar com o dinheiro e incutindo-lhes o objectivo de levar os adversários à bancarrota recorrendo à especulação imobiliária. Enfim, o Capitalismo no seu melhor. Contudo sempre apreciei a honestidade intelectual do jogo por introduzir a possibilidade de o jogador poder ir parar à prisão.
Mas como não há bela sem senão, também lá está contemplada a existência do Get Out of Jail Card (algo parecido com o que a Fátima Felgueiras detêm), simbólico da imunidade perante a Justiça associada aos meios financeiros.

Aqui o leitor estupefacto perguntar-se-á: «Mas este gajo deve estar todo fumado. Já não diz coisa com coisa!»
Ao que respondo expressando a minha indignação: «Posso até não dizer coisa com coisa mas não estou todo fumado! Ainda faltam para aí uns 10 por cento».

Apesar desta inusitada interrupção por parte do leitor, vou prosseguir com a explanação dos motivos por detrás da parte inicial deste post.
Ora bem a motivação prende-se com a notícia de que João Alberto Jardim, mais uma vez, vai recorrer à imunidade parlamentar para se esquivar à Justiça. Visto que de acordo com o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, Alberto João Jardim não necessita responder em tribunal enquanto mantiver o cargo de Presidente essa é uma situação que se traduz efectivamente num Get Out of Jail Card vitalício, principalmente se tivermos em conta o défice democrático do arquipélago.
Uma situação digna de uma república das bananas amassadas ou até mesmo podres.
Mas a coisa não acaba por aqui.
Fazendo uso da sua eloquência, própria de um gnu alcoolizado que mordeu a língua (já se tinham esquecido destes, não era), Jardim afirmou: “Não abdico da minha imunidade, se não tinha a garotada a me chatear todos os dias recorrendo ao aparelho da justiça”.
Uma afirmação que a maioria dos seres pensantes repudia, mas que lhe granjeou o apoio imediato dos arguidos do caso da Casa Pia.

PN

Injecção de cultura

Ciente do papel que o Fumos tem na divulgação da cultura e do conhecimento não me posso descartar dessa responsabilidade. Por isso quero aproveitar este post para salientar mais uma meritória acção da Câmara Municipal de Lisboa.
Falo, claro, do louvável plano de construir um parque temático dedicado ao período do Paleolítico ou Idade da Pedra, o período em que surgiu o Homo Sapiens e em que se tornou corrente o recurso a ferramentas e ao fogo. Neste parque será possível as crianças aprenderem que o Homem Paleolítico era nómade e se dedicava à actividade recolectora e à caça. Bem como descobrir que foi por essa altura que a linguagem articulada rudimentar evoluiu de forma progressiva para a comunicação oral.

No entanto não posso deixar de tecer uma pequena crítica no que se refere à localização escolhida para o dito parque temático. É que tendo a escolha recaído na encosta do Casal Ventoso, corre-se o sério risco de a temática ser confundida com a outra “idade da pedra” em que bandos de nómadas se reuniam após a caça aos trocos dos automobilistas lisboetas para conjugarem o uso de ferramentas com o fogo, regredindo imediatamente de uma comunicação oral para uma linguagem desarticulada rudimentar.

PN

segunda-feira, outubro 24, 2005

Famous last words

(ou o porquê de deixar de fumar)

O pessoal a que às vezes (à falta de termo melhor) chamamos amigos ou conhecidos são de algum modo como os maus políticos: bastantes e chegam todos os anos com o circo. Normalmente geram enormes expectativas mas assim que o número termina ficamos com a sensação que a obra é medíocre e que melhor seria terem ido amestrar focas ou analisar as consequências de eu estar ou não ali na esquina.
Por outro lado (surprise, surprise), penso que os bons amigos são como os bons políticos. São raros mas estão sempre lá.
Eles inspiram-nos e dão azo aos sentimentos mais nobres que possuímos. Fazem-nos alcançar feitos magníficos e são o garante máximo da esperança, da paz mundial e da crise nos circos. São, portanto, fundamentais.
Enfim...
Serve este blablabla (yadayadayada) para informar que a politica deu cabo de mim e que a medicação não surtiu qualquer efeito. O médico disse-me que o internamento é inevitável e a legião estrangeira uma hipótese.

Deixo-vos deveras triste e com as palavras do outro (que não era português):

"Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself.

Choose your future.

Choose life."


otherwise,
choose knowledge!

Até à próxima

NG

sábado, outubro 22, 2005

Pilar da democracia

Muito se tem discursado sobre a correlação entre a escolha do futuro Presidente da República e a estabilidade governativa e tal tem sido o ênfase dado a este assunto que Cavaco Silva, apesar de pertencer ao espectro político diferente do Governo, fez questão de se apresentar como factor de estabilidade.
Apesar de, e ao contrário do que parece ser a maioria dos portugueses, eu não me ter esquecido da responsabilidade de Cavaco na situação actual do país, este argumento convenceu-me de que ele é o melhor candidato.
Se neste momento difícil precisamos realmente de um Presidente da República que garanta estabilidade governativa, contribua para cimentar a nossa frágil democracia, assegure a consolidação das contas públicas e ajude na construção de um futuro melhor, lançando os alicerces para a evolução sustentável do país, então nesse caso o homem ideal para o lugar é sem dúvida: Cavaco Silva.
Só alguém tão intimamente familiarizado com o lobby do betão pode dar tamanhas garantias estruturais.

PN

quinta-feira, outubro 20, 2005

fumos Mulher

A intuição feminina (mais conhecida como o mítico 6º sentido) é algo profundamente arrasador para o sexo masculino. O homem, para além de reconhecer publicamente que a mãe natureza foi bem mais generosa para com elas no que respeita a aspectos físicos e afins, ainda tem de lutar intimamente contra o evidente defeito de fabrico e ver-se privado de um sentido que, valha-nos Deus, permite a entrada no mundo metafisico.

Temos de enfrentar e aprender a lidar com estes factos e mobilizar esforços para uma educação realista e integradora, sustentada em exemplos reveladores como o apresentado em seguida.

"
Dear Husband:

I'm writing you this letter to tell you that I'm leaving you for good. I've been a good woman to you for seven years and I have nothing to show for it. These last two weeks have been hell. Your boss called to tell me that you had quit your job today and that was the last straw.

Last week, you came home and didn't notice that I had gotten my hair and nails done, cooked your favorite meal and even wore a brand new negligee. You came home and ate in two minutes, and went straight to sleep after watching the game.

You don't tell me you love me anymore, you don't touch me or anything. Either you're cheating or you don't love me anymore, what ever the case is, I'm gone.

Your EX-Wife

P.S. If you're trying to find me, don't. Your BROTHER and I are moving away to West Virginia together! Have a great life!

--------------------

Dear Ex-Wife

Nothing has made my day more than receiving your letter. It's true that you and I have been married for seven years, although a good woman is a far cry from what you've been. I watch sports so much to try to drown out your constant nagging. Too bad that doesn't work.

I did notice when you cut off all of your hair last week, the first thing that came to mind was "You look just like a man!" My mother raised me to not say anything if you can't say anything nice.

When you cooked my favorite meal, you must have gotten me confused with MY BROTHER, because I stopped eating pork seven years ago. I went to sleep on you when you had on that new negligee because the price tag was still on it. I prayed that it was a coincidence that my brother had just borrowed fifty dollars from me that morning and your negligee was $49.99. After all of this, I still loved you and felt that we could work it out.

So when I discovered that I had hit the lotto for ten million dollars, I quit my job and bought us two tickets to Jamaica. But when I got home you were gone. Everything happens for a reason I guess. I hope you have the filling life you always wanted. My lawyer said with your letter that you wrote, you won't get a dime from me. So take care.

Signed Rich As Hell and Free!

P.S. I don't know if I ever told you this but Carl, my brother was born Carla. I hope that's not a problem.
"

NG

quarta-feira, outubro 19, 2005

Mãos à obra

Todos o que me conhecem sabem perfeitamente que uma das minhas características mais marcantes é o meu obstinado espiríto de voluntariado e de entrega ao próximo. Como prova disso acabei de me oferecer para dar uma mãozinha (preferencialmete duas) à meritória acção do British Hospital Lisbon XXI que oferece um programa gratuito de despistagem de cancro da mama.

PN

PS- Numa nota mais séria: esta iniciativa que assinala o Dia Mundial do Cancro estende-se até o dia 30 deste mês e as interessadas podem contactar o British Hospital através do número 213108027.

Post de retracção

Peço desculpas pela má índole do post anterior. Percebo que estive mal ao escamotear a Justiça portuguesa daquela maneira, por isso assumo todas as responsabilidades que daí advierem. Até porque no fundo, no fundo, e bem vistas as coisas, a Justiça portuguesa até não está assim tão mal, como aliás se pode constatar nesta notícia.
Pode até que ser que assim não fique mais difícil fugir à justiça, mas pelo menos sempre fica mais caro.

PN

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço

"O governo português espera que o julgamento dos quatro portugueses detidos há quase um ano na Venezuela por suspeita de tráfico de droga se realize o mais depressa possível, disse ontem em Caracas o secretário de Estado das Comunidades."

PN

terça-feira, outubro 18, 2005

Reconhecimento Internacional

Durão Barroso vai reunir-se com Bush na Casa Branca para discutir assuntos como o reforço da cooperação transatlântica na resolução do conflito israelo-palestiniano, o desenvolvimento económico, a Gripe das Aves, etc...

Apesar de estas serem todas questões cruciais, a pergunta mais relevante, à qual inúmeros analistas políticos e todos os orgãos de comunicação social esperam obter uma resposta clara, é: será que Bush irá reconhecer Durão Barroso sem o avental e a bandeja com os cafézinhos que este último usou durante a Cimeira dos Açores?

PN

segunda-feira, outubro 17, 2005

E que fumarada que aquilo foi

Querendo oferecer a nós próprios o melhor presente possível e depois de sabermos que a Monica Belluci (a minha prenda) ficou retida no aeroporto com a prenda do PN (eu bem lhe disse que aquilo era erva a mais), o fumos insistiu em trazer a Lisboa alguém de nível superior para abrilhantar o seu aniversário.
Após fortes negociações, sem sucesso, com o coro de Santo Amaro de Oeiras (justificaram-se que tinham de ir à Suíça para as festas do emigrante mas o fumos sabe que foram ter com o primo do Isaltino para receberem pela participação nas autárquicas - espero que amanhã isto apareça na TVI), quem melhor que o aclamado LTJ Bukem e o não menos excelente MC Conrad para recordar que é no limiar da não conclusividade que está a virtude. E foi nesse limiar, algures entre a 10ª SuperBock e o palco do Club Lua, que eu me apercebi que o fumos é um gigante. Não só centenas (eu contei milhares mas como a certa altura comecei a vislumbrar vários LTJs vou confiar nos números da organização) de anónimos resolveram juntar-se à festa, como quase todos trouxeram algo para fumar num sinal óbvio e distinto de incentivo à nossa cruzada. Foi muito amável.

Claro que deixo aqui um "pedaço" da noite para todos aqueles que estiveram ausentes.


NG

Até custa a engolir

Parece que em Portugal já se registaram os primeiros casos de contágio humano com a Gripe das Aves. Pelo menos a julgar pela quantidade de portistas que sacaram dos lenços após terem entrado em contacto com uma certa e determinada águia.

PN

Eufemismos bombásticos

Como é sabido hoje comemora-se o Dia Mundial da Erradicação da Pobreza, uma data que o “Fumos” não podia deixar de assinalar, aproveitando para destacar esta iniciativa louvável e os seus mais diversos ecos pela blogoesfera, e declarar-me ao serviço da causa.
Mas continuemos
Volvidos que estão cinco anos da assinatura da Declaração do Milénio, na qual ficou estabelecida, entre outras, a meta de reduzir para metade a pobreza extrema no planeta até 2015, a situação parece não ter evoluído de modo significativo.
As razões do estado da coisa são de origem diversa, mas gostava de realçar apenas duas delas.
A primeira reporta-se à ajuda pública aos países mais pobres.
De acordo com os cálculos o aumento da ajuda pública necessário para atingir os objectivos da Declaração do Milénio ronda os 50 mil milhões por ano. Trata-se duma quantia elevada é verdade, mas se consideramos que só representa 5 por cento do que é gasto em armas, a coisa até se relativiza, o que no fundo é um eufemismo para “esses gajos todos deviam era ir levar no certo e determinado sítio”.
E não é que com esta afirmação anterior eu queira responsabilizar a indústria do armamento pela pobreza existente no mundo actual, nada disso. Diga-se em abono da verdade essa indústria até tem contribuído de forma explosiva para a erradicação da pobreza, ou pelo menos dos pobres.

A segunda razão está relacionada com o perdão das dívidas externas dos países mais pobres. Durante uns tempos tudo parecia mover-se nesse sentido, mas depois dos Estados Unidos da América se mostrarem recalcitrantes na implementação dessa medida perdeu-se o ímpeto inicial, o que no fundo é um eufemismo para “mais uma vez esses grandessíssimos chupistas filhos da $#%*”.
E não é que com a afirmação anterior eu esteja a insinuar que os americanos são o grande motor da exploração dos países pobres, nada disso. Diga-se em abono da verdade eles até querem acabar com a pobreza nos países subdesenvolvidos, ou pelo menos com os países subdesenvolvidos.

A verdade é que se esperava mais apoio à luta contra a pobreza por parte de um país onde até o líder padece dessa maleita. Sim, porque apesar de ser pobreza de espírito, não deixa contudo de ser pobreza, o que no fundo é um eufemismo para “o tipo é mesmo um bronco de m##$a”.
E não é que com esta afirmação eu esteja a chamar estúpido a George Bush, apenas estou a dizer, e fechando os raciocínios anteriores, que é pena haverem bombas mais inteligentes do que ele.

PN

quinta-feira, outubro 13, 2005

Um ano de Fumos

Ninguém no seu perfeito juízo, ou até sequer numa fase demencial avançada, diria há um ano atrás que o Fumos ia sobreviver tanto tempo. Durante este ano, o atentado à liberdade de expressão que é este blog, procurou desafiar todas as convenções , quebrar todas as barreiras do bom gosto, massacrar a língua portuguesa, mas acima de tudo impulsionar o consumo de vegetais, desde que devidamente acondicionados por mortalhas e inalados em lume brando.
No ano que se segue contamos seguir a mesma linha de acção, por isso desde já as minhas sinceras desculpas.

PN

PS - O meu profundo agradecimento a todos os que por aqui passaram, ignorando estoicamente as recomendações do seu médico de família e os alertas da Direcção Geral de Saúde.
A minha homenagem sincera aos extraordinários bloggers que fui conhecendo por essa blogoesfera fora e que iluminaram alguma da minha existência com a partilha dos seus dons literários, a sua inteligência e a sua humanidade.
E claro, como não podia deixar de ser, expressar a minha gratidão aos magníficos seres humanos que tive o prazer de conhecer pessoalmente nos encontros exteriores à blogoesfera.
Agora chega de lamechices e siga para bingo!

Já?!

Eu sei que estou sempre a malhar nos media mas desta
vez não há desculpa possível para uma falha desta
magnitude, tal é (como classificar algo
inqualificável? Não sei mas vou tentar assim:) a
discriminação latente e o prejuízo de alcance mundial. Tá mal!
Tá mal!!
Como se justifica a ausência de cobertura mediática duma
efeméride que celebra a existência de algo que por si
só foi suficiente para aumentar o PIB português em 10
pontos percentuais (falo claro do papel preponderante dos envolvidos
na demissão do Santana), colocar o líbido dos
portugueses entre os mais distinguidos da Europa (e
aqui a responsabilidade é só minha) e reduzir o
consumo de anti-depressivos (ode ao PN)?
Vocês não gostariam de tomar conhecimento de tal
evento? Como se sentiriam se por exemplo a TVI não
mencionasse um trambolhão do Alberto João após mais uma
actuação de tanga? E se a queda fosse para cima do Bush?
Então e se o Bush estivesse de boca aberta? E se a tanga...
Bom, já perceberam, não já? Algo importante, importante
mesmo!

Enfim, resta-me assinalar este lapso brutal e
agradecer ao vasto grupo de leitores que nos visitam
(sim, refiro-me a vocês os três) (hã? São só dois?
Tens a certeza?) (errata: onde se lê vasto deverá
ler-se extenso), à Unicer, a todos os contribuintes
(PN, esta é também para ti) e finalmente ao D.
Sebastião e respectiva família. A todos um bem haja
pelo apoio demonstrado, directa ou indirectamente,
neste 1º aniversário do Fumos.

NG

quarta-feira, outubro 12, 2005

Visão Periscópica

É um facto que não votei em Carmona Rodrigues, até porque quando o vi disposto a “dar a cara por Lisboa” me apetecia era “dar o pé num determinado sítio por Carmona”, contudo vejo-me obrigado antes a “dar o braço a torcer” perante tamanha prova de integridade política como a que testemunhei hoje.
Refiro-me claro à afamada promessa “uma piscina em cada bairro”. A verdade é que com vista a cumprir a promessa e numa demonstração de visão, digna de um político de craveira internacional, Carmona resolveu não proceder à limpeza atempada das sarjetas.
Afinal para quê construir umas míseras piscinas quando se pode transformar Lisboa inteira num verdadeiro parque aquático?

PN

Novelas

s. f., composição literária do género romance;
narração de aventuras;
fig., ficção;
enredo;
logro;
mentira.


Parece que o país foi adquirido pela Globo!
E já que falo nisto, convém dizer que ando ligeiramente enfadado com esta novelita das autárquicas e com o "O PSD ganha em toda a linha".
Apetece-me dizer: Caros, em primeiro lugar, Oeiras faz parte da linha; e em segundo, o único partido/coligação que aumentou o número de munícipes foi a CDU. Tásse?
Mas continuando.
Liguei a televisão para ver as notícias e imediatamente lembrei-me das grandes novelas nacionais e os diversos "remakes" que ainda estão para passar nos 3 canais nacionais. Pensei: tivemos a pedofilia, depois o apito dourado, o euro2004, Os incêndios, o Santana&oSampaio, será que o Sócrates é gay?, Portas e Lúcia, o défice (parte XII) e o ministro das finanças (parte XXVIII), o Benfica, incêndios, chamas, o calor... o horror... o drama..., os Morangos c/ Açúcar, já disse incêndios?, presidenciais e finalmente Felgueiras Valentim & Ca. E agora, será que a escrava Isaura vai chegar a princesa (eu sinceramente assim desejo que aconteça pela salutar difusão dos nobres princípios de esquerda)? Não!!! Primeiro temos que resolver o caso Joana.
Sejamos sérios. Algumas Actrizes, actores, paisagens ou animais são a principal razão dos tais 225 segundos (ou 5 minutos se contarmos com a RTP Memória) de norma de tempo médio diário per capita de novelas nacionais e grande parte das estrangeiras.
Mas sabem o que aconteceu? Participei numa.
Ontem por voltas das 23h, corria para o autocarro quando vejo na paragem 3 raparigas a falarem com outras 6 no outro lado da rua. Pelo aspecto dos corpos e das roupas não deu para evitar um mudo "eh lá, esta novela tem aspecto de ser dispendiosa". Chego uns claros 3.57s antes do 26 e ainda tenho tempo para ouvir: "Qué ir d'ôníbus?". Risos. "Isso é pá pobre, né?". Ainda bem que quando me apercebi já o modulo estava obliterado.
Que espectáculo delirante. Que cena digna do horário nobre. O pobre (desempenhado por mim) corre para o autocarro sem se dar conta da presença de Isaura, escrava da sociedade moderna que um dia será princesa.

(continua)

(infelizmente)


NG

terça-feira, outubro 11, 2005

Ilações Autárquicas 2005 II

Outra ilação que se pode tirar destas eleições relaciona-se com a falta de ambição dos políticos portugueses. Claro que assisitimos a inúmeros apelos ao "voto útil" nos respectivos partidos, mas não houve ninguém com coragem e visão política para ir mais longe do que isso.
Porque não apelar logo ao "voto-suiço"?
Aquele voto que, para além de garantir mais quatro anos de abusos e incompetência, permite ainda abrir garrafas, fatiar chouriço, cortar as unhas e até palitar os dentes.

PN

É chuva, estúpido!

Há que realçar os avanços tecnológicos no âmbito da hidrodinâmica, avanços esses que permitiram o desenvolvimento de pneus com um comportamento notável em condições de piso molhado, melhorando desse modo a segurança de todos nós.
Contudo, e a julgar pelos seis acidentes que vi nestes dois dias de chuva, os estudos no domínio da hidroestupidez ainda têm um longo caminho a percorrer.

PN

segunda-feira, outubro 10, 2005

I´m swimming in the rain

É com desmesurada felicidade que vejo a tão desejada chuva regressar a Lisboa. Diria mesmo que estou feliz até aos ossos dado que me esqueci do guarda-chuva em casa.

PN

Ilações Autárquicas 2005

Afinal que ilações podemos tirar das eleições de ontem?
Uma ilação imediata é de que os avanços nas técnicas de sondagem são deveras impressionantes. Começando pelas sondagens anteriores à campanha, passando pelas sondagens ao longo da campanha e terminando nas sondagens à boca das urnas, todas elas resultaram em previsões dignas de uma Maya. Com a vantagem de, ao contrário desta última, as sondagens terem uma existência curta.
Mas voltando ao que interessa, foi com um arrepio na espinha que assisti à confirmação de todas as projecções avançadas. Todas elas pareciam indicar que o nosso país ia continuar a ser a mesma palhaçada de sempre e espanto dos espantos acertaram na mouche!

PN

domingo, outubro 09, 2005

Ó Pátria, sente-se a voz

Pois é, no rescaldo das eleições, e na ausência de um partido derrotado (eu sei que é redundante afirmar-se tal coisa pois estas eleições nada têm nada a vêr com partidos mas somente com personalidades e respectivos programas eleitorais – ao contrário das outras), resta-me felicitar os vencedores. E não podendo enunciá-los exaustivamente, deixo somente um “pequeno” texto que julgo apropriado à ocasião.


O Capitalismo

“We shall start with the need for money. The Federal Government, having spent more than it has taken from its citizens in taxes, needs, for the sake of illustration, $1,000,000,000. Since it does not have the money, and Congress has given away its authority to "create" it, the Government must go the "creators" for the $1 billion. But, the Federal Reserve, a private corporation, doesn't just give its money away! The Bankers are willing to deliver $1,000,000,000 in money or credit to the Federal Government in exchange for the Government's agreement to pay it back - with interest! So Congress authorizes the Treasury Department to print $1,000,000,000 in U.S. Bonds, which are then delivered to the Federal Reserve Bankers.

The Federal Reserve then pays the cost of printing the $1,000,000,000 (about $1,000) and makes the exchange. The Government then uses the money to pay its obligations. What are the results of this fantastic transaction? Well, $1 billion in Government bills are paid all right, but the Government has now indebted the people to the Bankers for $1 billion on which the people must pay interest! Tens of thousands of such transactions have taken place since 1913 so that by the 1980's, the U.S. Government is indebted. to the Bankers for over $1,000,000,000,000 (trillion) on which the people pay over $100 billion a year in interest alone with no hope of ever paying off the principal. Supposedly our children and following generations will pay forever and forever!

You say, "This is terrible!" Yes, it is, but we have shown only part of the sordid story. Under this unholy system, those United States Bonds have now become "assets" of the Banks in the Reserve System which they then use as "reserves" to "create" more "credit" to lend. Current "reserve" requirements allow them to use that $1 billion in bonds to "create" as much as $15 billion in new "credit" to lend to States, Municipalities, to individuals and businesses. Added to the original $1 billion, they could have $16 billion of "created credit" out in loans paying them interest with their only cost being $1,000 for printing the original $1 billion! Since the U.S. Congress has not issued Constitutional money since 1863 (over 100 years), in order for the people to have money to carry on trade and commerce they are forced to borrow the "created credit" of the Monopoly Bankers and pay them usury-interest!”

NG

sábado, outubro 08, 2005

Título sem post

PN

Post sem titulo, 8/10/05

NG

quinta-feira, outubro 06, 2005

Vidas Viciadas

Por vezes ao consultarmos as páginas de um qualquer jornal deparamos com uma notícia que abala o nosso mundo. As mais óbvias são, claro, notícias como “Sismo de grau 7,7 atinge Kobe” ou “José Cid lança novo álbum”, mas neste caso específico tratou-se da notícia de que a chimpanzé Ai Ai deixou de fumar após 16 anos de vício. Para quem não sabe, Ai Ai é uma chimpanzé fêmea que vive num parque em Shaanxi, no Norte da China (que fica assim como quem vai para Xang Kiao e vira para trás porque se esqueceu da filha mais nova na bomba de gasolina) e que começou a fumar por desgosto em 1989, como resultado da morte do seu companheiro. Uma situação que se veio a agravar mais tarde com o falecimento de um segundo companheiro e separação forçada da sua filha.
A agência de notícias responsável por este relato, a Xinhua, não chega a esclarecer a proveniência dos cigarros, mas a redacção do Fumos desconfia que eles provinham dum maço de tabaco. Ou talvez não.
Esta agência de notícias adiantou ainda que o abandono do vício por parte da Ai Ai se ficou a dever aos esforços dos seus tratadores. Esforços esses que envolveram passeatas matinais, sessões musicais após o almoço e actividades físicas no ginásio a seguir ao jantar.

- “Mas porque é que esta notícia abalou o teu mundo, PN?” – perguntará o estimado(a) leitor(a).
E diga-se de passagem, pergunta muito bem.
- “Terá sido a tristeza e profundo pesar inspirado por este drama familiar?”
Nem por isso. A verdade é que ainda recordo a morte da mãe do Bambi com algum regozijo.
- “Terá sido a consternação ao descobrir que um nobre animal adoptou um comportamento humano desprezível?”
Naaa, nada disso. Até achava alguma piada se existisse um cavalo viciado em apostas nas provas de atletismo.
- “Então o que foi?”
Pronto, eu digo, eu digo. Foi a constatação de que para abandonar o vício do tabaco poderei ter que recorrer ao exercício físico. Essa é uma perspectiva assustadora porque coloca em causa o estilo de vida sedentária a que me dediquei para conseguir evitar o sobreaquecimento corporal e a perspiração, combatendo desse modo o aquecimento global e poluição do meio ambiente.
Já para não falar da luta pessoal contra o desgaste ósseo.

PN

terça-feira, outubro 04, 2005

Entre as brumas da memória

Desde pequeno que a frase "Se não tens nada de jeito para dizer, é melhor estares calado!" me fascina. Recordo com alguma saudade o dia em que a ouvi pela primeira vez. Como poderia eu esquecer aquela tarde em que após uma leitura atenta do Correio da Manhã, perguntei ao Sr. Abade: "Mas afinal o que é a República?". A resposta foi pronta e incisiva. Naquele preciso instante, naquele raro momento de exaltação, aquela exclamação estremeceu todos os frágeis alicerces nos quais eu tinha edificado a minha personalidade. Esqueci a vida. Esqueci o amor. Esqueci a minha pergunta.
Seguiram-se longos meses de recuperação. Meses penosos, onde o tormento daquelas palavras me perseguia incessantemente pelos cantos mais recônditos do meu jardim. Ás vezes batia à porta. Noutras, esvoaçava em frente à lareira. Senti-me a enlouquecer e a desejar uma morte prematura que começasse lentamente pelas unhas dos pés.
Mas num último laivo de amor próprio procurei reagir. Resolvi pedir ajuda no dealer mais próximo mas disseram-me que não vendiam a menores de 10 anos. Tentei a psicóloga do Julio Machado Vaz. Telefonei ao Prof. Vidente Cabrita, à Teresa Guilherme e à Mara, que me direccionaram para a Praça da Alegria. Nada! Tudo em vão. Não conseguia decifrar o alcance daquelas sábias palavras. Escrevi um livro: "Como é que sei se tenho algo de jeito para dizer?". Nele abordei a problemática do saber, do jeito, dos outros e do nada mas ainda assim, o argumento foi inconclusivo.
Finalmente, desesperado, procurei o Sr. Abade. Surpreso com a minha longa angústia, apenas retorquiu: "Espera pelo discurso do Sampaio amanhã".

NG

sábado, outubro 01, 2005

Listening Sessions # Ao Ruínas Circulares






Pois é, acabei de obter uma informação inspiradora de uma tristeza tal que para a descrever é indispensável imaginar um qualquer pôr de sol cinzento onde a inevitável opção músical é o best of Anjos interpretado pela Romana. E por mais que pense que estou a exagerar na definição do meu estado de alma, saber que este sitio correu o pano pela última vez deixa-me desgostoso e com uma subita vontade de ir viver para a Madeira. Reconheço que novos projectos estão para emergir (com o PN ao barulho) e que a Madeira até tem um clima ameno, mas ainda assim não fico minimamente satisfeito com o desfecho.

Enfim, agora que a tristeza é pública, resta-me as saudações e a homenagem singela aqui do tasco.

















E termino plagiando uma das minhas secções favoritas, a Listening Sessions, numa tentativa vacilante de introdução de algum ânimo no meio disto tudo.


(a música que integrava este post pode ser encontrada aqui)



La vie est belle (MC Solaar, 2004)

La vie est belle
La vie est belle...

Seul dans ma chambre, un jour normal
J’apprends dans les journaux que j’suis dans l’Axe du Mal
Je lis entre les lignes et j’comprends qu’on veut me “kill”
Donc j’ferme la serrure pour être un peu plus tranquille
Dehors c’est la guerre et j’crois qu’elle vient vers moi
Malgré les manifs qui vivra la verra
Je mets des sacs de sable dans mon salon
Des salauds veulent me shooter comme au foot le stoppeur peut shooter l’ballon
A la télé j’entends qu’j’suis l’pire des mecs
Non violent, violent la propagande est impec
J’flippe des troupes spéciales, des B52’s
Regrette ce que j’ai fait j’crois que j’aurais pu faire mieux
Mais l’erreur est humaine, j’avoue j’ai fait des erreurs
Prendre position c’est prendre une pluie de terreur
Au nom du père, du fils, et du Saint Esprit
D’l’Imam et du Rabbin, plus jamais ceci.

Comme un oiseau sans ailes
J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle
Comme un oiseau sans ailes
J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle

Moi j’suis un missile, j’suis pas coupable
On m’guide par satellite pour faire un travail impeccable
Toutes les technologies sont mises à mon service
Dans le but de chasser le mal et que jaillisse un monde peace
Puis dans un porte-avion je fais c’qu’on me demande
Ce soir je dois frapper un type qui est tout seul dans sa chambre
J’suis un oiseau sans ailes, suppositoire de fer
Cinq cents kilomètres à faire et puis pour lui c’est l’enfer
Ca y est, j’suis parti j’vole vers son domicile
Et j’veux préserver la paix en commettant des homicides
Je perce les nuages vers l’abscisse et l’ordonnée
Objectif mémorisé, j’connais les coordonnées
J’suis de fer, lui de chair, arrive à l’improviste
Vol au - dessus des manifs de ces millions de pacifistes
Au nom du père, du fils, et du Saint Esprit
D’l’Imam et du Rabin, plus jamais ceci.

Comme un oiseau sans ailes
J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle
Comme un oiseau sans ailes
J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle

Et sur la chaîne info j’apprends qu’un missile arrive
Il s’invite chez moi pourtant c’est pas mon convive
On bombarde ma ville, mon quartier, mon bâtiment
Ce soir tu vas mourir tel est mon ressentiment
Tranquille, je range ma chambre et puis je vois les photos
De moi - même, de mon ex, vacances au Colorado
Des bivouacs en montagne avec nos deux sacs à dos
Là - haut de nos discours avec tous ces ados
J’vois mon père et puis ma mère sur des clichés noir et blanc
Moi qui les trouvais durs, j’fais la même à mes enfants
Ils dorment tranquillement, ils doivent compter les moutons
Ou bien faisaient des rêves quand il y a eu l’explosion
On a tué ma famille sans même la connaître
Moi, ma femme et mes enfants sommes ajoutés aux pertes
Les missiles kill tant de civils, kill des enfants dociles
Le monde est hostile
Je n’ai rien fait, ils n’ont rien fait, vous n’avez rien fait
Vous parlez de bienfaits mais je n’vois que des méfaits
Non ce n’est pas du rap, c’est crever l’abcès
S’ils sont absents c’est grâce à vos excès
J’appelle les synagogues, les mosquées et les temples
Eglises et chapelles, militants, militantes
Au nom du père, du fils, et du Saint Esprit
D’l’Imam et du Rabin, plus jamais ceci.

J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle
J’vole vers le ciel mais j’sais qu’la vie est belle

Au nom du père, du fils, et du Saint Esprit
D’l’Imam et du Rabin, plus jamais ceci.


NG